Os Ciclos do Bitcoin

São como estações: verão, outono, inverno, primavera... e tudo de novo.

A coisa mais importante que um(a) novato(a) geralmente falha em perceber, nos primeiros contatos com o Bitcoin, é a sua natureza cíclica.

Seus preços, que já aumentaram 7 ordens de magnitude desde 2009, têm obedecido a padrões cíclicos. Avanços técnicos e ondas de novos produtos emergem e se apagam em ciclos. O conhecimento popular sobre criptomoedas avança em pulsos de adoção e holofotes, seguidos por períodos de ressaca.

A existência dessa ciclicidade é inegável - mas a razão que os causa é motivo de infindável debate.

Se essa imagem não for clara o suficiente, veja a próxima 👇

Não é segredo pra ninguém que Satoshi, o inventor do Bitcoin, enxergava a especulação (a cobiça inerente ao ser humano) como um motor importante para a disseminação da tecnologia.

A teoria mais popular entre bitcoiners é a de que o halving teria função central nessa dinâmica cíclica "pré-programada". Por mais que o cronograma de emissão de novos BTC seja público (e determinístico), a redução na sua velocidade não acontece de forma contínua, mas sim abrupta: a cada 4 anos, cai pela metade a taxa de inflação monetária. O evento reforça o atributo da escassez no inconsciente coletivo, e dá início a uma nova fase de alta (em todos os sentidos).

Aqui, também é importante considerar o caráter de "profecia auto-realizável" dessa narrativa.

A mídia noticia o evento; novos participantes são atraídos para o mercado; os preços sobem; mais notícias; mais novos entrantes - e assim em diante, até a euforia se tornar insustavelmente descolada da realidade, o mercado desabar repentinamente, e a poeira baixar. Aí, o ciclo recomeça.

Aqui vai um artigo interessante sobre como essa dinâmica gera "ondas" de empreendedores e produtos que se revezam na vanguarda da indústria:

Outra corrente concorda com a importância da escassez programada por Satoshi, mas aponta que a variável que melhor descreve os ciclos do Bitcoin é, na verdade, o tempo. Simples assim.

Há ainda quem julgue o fenômeno como somente uma pirâmide que redistribui investimentos de novos entrantes para portadores de longa-data (o que conflita com o fato de que Satoshi nunca tocou nos bilhões de dólares - a valores atuais - que minerou nos primórdios da rede).

A nós, interessam menos as opiniões, e mais a possibilidade de se trabalhar (extrair inteligência) com os dados objetivos que se tem à mão.

"Medindo" os Ciclos do Bitcoin

Ao longo dos anos, foram experimentadas várias abordagens para "medir a posição do Bitcoin no ciclo". O que era curiosidade de hobbista virou brincadeira de gente grande conforme o BTC ganhou valor monetário. Hoje em dia, contextualizar e antever movimentos de preço podem valer muito dinheiro.

O MVRV, por exemplo, é um indicador on-chain (processado a partir de dados observados diretamente na blockchain) que acuradamente apontou os fundos do preço do Bitcoin, assim como acusou seus picos históricos, consistentemente nos últimos 8 anos. Ele denota a relação entre a capitalização do mercado e a somatória do valor que de fato já foi investido na compra de moedas.

O MVRV, de 2012 a 2020. Em rosa, zonas de sobrevalorização. Em azul e verde, subvalorização.

📈 Aprenda a ler e utilizar o MVRV -> AQUI.

Como acontece com qualquer ativo público, os dados relativos a negociações de criptomoedas atraem toda sorte de perfil. Tem gente buscando sinais preditivos em atividades nas redes sociais; em padrões de movimentações entre exchanges; em relações com outras classes de ativos; em dados transacionais on-chain; e até nas fases da lua.

Outra abordagem que tem se popularizado para se "medir a posição do Bitcoin no ciclo" é recorrer a um modelo de valoração. De novo: estes variam dos mais complexos aos mais simples.

🔍 Você pode ler sobre alguns dos modelos mais famosos -> AQUI.

🧭 Assim como manipular seus parâmetros e projetar preços -> AQUI.

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